Condição conhecida como hipercoagulabilidade eleva o risco de trombose e requer diagnóstico precoce
O chamado “sangue grosso”, termo popular para hipercoagulabilidade ou trombofilia, descreve situações em que o sangue se torna mais espesso devido ao excesso ou deficiência de proteínas da coagulação, aumento de glóbulos vermelhos ou imunoglobulinas. Essa alteração deixa a circulação mais lenta e favorece a formação de coágulos, elevando o risco de trombose, AVC e infarto. Embora muitas vezes não apresente sinais iniciais, quando os sintomas surgem costumam decorrer exatamente dessas complicações, tornando o reconhecimento precoce essencial.
Sintomas que merecem atenção imediata
Na maioria dos casos, o sangue grosso permanece silencioso até que um coágulo se forme. Dor intensa, inchaço ou vermelhidão em uma das pernas, especialmente na panturrilha, podem indicar trombose venosa profunda. Dor de cabeça súbita, falta de ar, perda de força em um lado do corpo, dor no peito que irradia para ombro ou mandíbula, pele azulada, suor frio, confusão mental e tosse com sangue são sinais de emergência e exigem atendimento imediato, pois podem representar um AVC, embolia pulmonar ou infarto.
Como o diagnóstico é realizado
O diagnóstico é feito por hematologistas, cardiologistas ou clínicos gerais, que avaliam o histórico clínico, fatores de risco e exames de sangue, como hemograma e coagulograma. Dependendo do caso, testes específicos podem ser solicitados, entre eles pesquisa de mutações como fator V Leiden ou protrombina G20210A, dosagem de proteína C, proteína S e antitrombina. Em situações de complicação, exames complementares, como ultrassom, tomografia, ressonância magnética, eletrocardiograma e dosagem de dímero D, ajudam a identificar coágulos e orientar o tratamento.
Causas e fatores de risco
Diversas condições podem engrossar o sangue, como distúrbios hereditários da coagulação, doenças da medula óssea, excesso de imunoglobulinas e policitemia vera. Fatores como obesidade, sedentarismo, tabagismo, fraturas, gravidez, infecções (como COVID-19), acamamento prolongado, câncer e deficiência de vitaminas B6, B12 e folato aumentam ainda mais o risco. Alguns medicamentos, anticoncepcionais, terapia hormonal, testosterona, metotrexato e certos anticonvulsivantes, também favorecem a formação de coágulos.
Tratamento e cuidados essenciais
O tratamento é orientado por especialistas e pode envolver anticoagulantes, antiagregantes plaquetários, estatinas, trombolíticos em casos graves, plasmaférese ou sangria terapêutica para reduzir o excesso de glóbulos vermelhos. O objetivo é prevenir novos coágulos e tratar os já existentes. A adesão rigorosa ao tratamento é fundamental para evitar complicações graves.
Alimentação durante o tratamento
A dieta auxilia na circulação e deve incluir alimentos ricos em vitaminas C, D, E e K, como acerola, laranja, salmão, sementes e vegetais verdes escuros. No entanto, o consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico, já que o excesso pode interferir na ação dos anticoagulantes. Substâncias como alho, ginseng, castanha-da-índia, boldo e arnica também podem interagir com os medicamentos e exigem cautela.
Riscos associados e importância da prevenção
Sem tratamento, o sangue grosso pode causar desde trombose venosa profunda até embolia pulmonar, infarto ou AVC. Por isso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo são essenciais para reduzir riscos e garantir qualidade de vida. A combinação de tratamento médico, cuidados alimentares e controle de fatores de risco é a melhor estratégia para evitar complicações.
