Cardiomegalia pode indicar falhas no sistema cardiovascular e exige diagnóstico precoce para evitar complicações graves
A cardiomegalia, popularmente chamada de “coração grande”, não é uma doença isolada, mas um alerta de que algo no sistema cardiovascular pode não estar funcionando como deveria. Condições como insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, problemas nas válvulas ou arritmias podem levar ao crescimento anormal do órgão, provocado pelo espessamento do músculo cardíaco ou pela dilatação de suas câmaras. Esse aumento compromete o bombeamento adequado do sangue e provoca sintomas que vão de cansaço intenso à falta de ar.
Sintomas que não devem ser ignorados
Nos estágios iniciais, o coração pode aumentar sem causar manifestações evidentes. Com o avanço do problema, a dificuldade de circulação se torna perceptível: falta de ar ao esforço ou mesmo em repouso, palpitações, dor no peito, tosse noturna, tonturas, desmaios e inchaço nas pernas ou abdômen. O agravamento dos sinais exige atenção imediata e, diante de sintomas de infarto, é fundamental procurar um pronto-socorro.
Como o coração aumenta
O crescimento do coração decorre de processos inflamatórios e de estresse oxidativo relacionados a diversas doenças. Esses fatores sobrecarregam o músculo cardíaco, que precisa trabalhar com mais força para garantir a circulação, e acabam levando ao espessamento e à dilatação das estruturas internas. O esforço contínuo pode comprometer o funcionamento do órgão e aumentar o risco de insuficiência cardíaca.
Diagnóstico e causas mais comuns
A confirmação da cardiomegalia depende de exames como raio X, ecocardiograma, eletrocardiograma, tomografia e ressonância magnética, além de análises de sangue e, em alguns casos, cateterismo e biópsia cardíaca. Entre as causas mais frequentes estão hipertensão arterial, doença de Chagas, arritmias, infarto, doença valvar, diabetes, insuficiência renal, doenças pulmonares e distúrbios da tireoide. Medicamentos usados no tratamento do câncer também podem desencadear o aumento cardíaco. Na gravidez, o quadro pode surgir temporariamente e costuma regredir após o tratamento.
Tratamento e possibilidade de cura
Quando identificada no início, a cardiomegalia pode ser revertida, especialmente se for consequência de fatores passageiros. O tratamento é individualizado e pode incluir medicamentos como diuréticos, anti-hipertensivos, anticoagulantes, antiarrítmicos e inibidores da SGLT2. Em casos específicos, o cardiologista pode indicar marcapasso, cirurgias para correção de válvulas ou para desobstrução das artérias, e até transplante cardíaco quando as demais alternativas não surtem efeito.
Riscos e cuidados essenciais
As complicações do coração grande incluem infarto, formação de coágulos, parada cardíaca e morte súbita. O prognóstico varia conforme a causa do aumento e o estado geral de saúde da pessoa, reforçando a importância do diagnóstico precoce. Durante o tratamento, recomenda-se evitar cigarro, álcool e drogas, controlar peso, glicemia e pressão arterial, praticar exercícios orientados por um médico, dormir bem e manter uma alimentação equilibrada. Acompanhamento regular com um cardiologista é indispensável para garantir qualidade de vida e reduzir os riscos associados à cardiomegalia.
