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Cooperação entre UFFS e FETAG-RS pode resultar em pesquisa inédita sobre juventude rural

Publicada em: 19/07/2025 11:15 - Notícias

Parceria deve ser oficializada na Expointer 2025, em Esteio (RS), onde a universidade deverá estar presente com seu Stand Inclusive, no pavilhão da agricultura familiar

 

O Dia Estadual da Juventude Rural foi celebrado, nesta terça-feira (15), em Porto Alegre, em grande evento realizado na sede da FETAG-RS, com a presença de mais de 500 jovens trabalhadores e trabalhadoras rurais de todas as regiões do estado. A data foi instituída pela Lei nº 11.361/1999 e ganhou, em 2025, uma edição histórica, já que o governador, Eduardo Leite, se fez presente, assim como secretários de Estado, representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), parlamentares, instituições e movimentos sociais.

Com o tema “Resistência que planta, ação que colhe: políticas públicas para viver e produzir”, o evento reforçou o papel da juventude como protagonista das transformações no campo, destacando a importância de políticas públicas estruturantes para garantir condições dignas de permanência, estudo, produção e renda.

O evento foi marcado por várias assinaturas de acordos de cooperação, entre instituições governamentais, de pesquisa e extensão, todas envolvendo ações proativas e relacionadas à juventude rural gaúcha. Na ocasião, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) assinou um protocolo de intenção de cooperação com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (FETAG-RS).

A UFFS foi representada pelos professores doutores, Valdecir José Zonin e Marcio Freitas Eduardo. A partir desta manifestação, a proposta seguirá protocolo interno na UFFS para ser sancionada pelo reitor, João Alfredo Braida. O que deve ser feito em evento previsto para a Expointer 2025, em setembro, em Esteio (RS), onde a universidade deverá estar presente com seu Stand Inclusive, no pavilhão da agricultura familiar.

Painel

O professor, Valdecir José Zonin, do Campus Erechim, apresentou um painel e mesa redonda com o tema: “Juventude Rural: resistência que planta, ações que colhem. Políticas públicas para viver e produzir”, em que apresentou dados atualizados sobre a situação da juventude rural no Brasil, Sul e no Estado do Rio Grande do Sul, debatendo a temática das políticas públicas atuais e futuras, suas efetividades, limites e desafios.

Ele assinala a necessidade de se conhecer de forma muito mais profunda as reais e atuais necessidades desta categoria rural, pois há uma gama muito grande de demandas emergentes e inovativas, que estão ligadas à viabilidade dos (as) jovens, visando potencializar a sucessão na agricultura familiar, diante dos dados alarmantes de evasões no meio rural gaúcho e brasileiro.

“Temos observado, pelo novo Censo Demográfico de 2022, queda significativa na população rural, registrando-se no Brasil uma redução de em torno de 4 milhões de pessoas no campo, entre o Censo de 2006 e 2022, o qual registra 25,5 milhões de habitantes no meio rural brasileiro. Ou seja, enquanto 87% da população brasileira vive em áreas urbanas, 13% vivem nas áreas rurais apenas. Este mesmo percentual se equivale ao estado do RS, inclusive, que registra 1,474 milhão de pessoas vivendo em áreas rurais no estado”, observa o professor.

De acordo com o professor Zonin, outro dado que chama a atenção é sobre a educação, cujos dados preliminares indicam avanços na escolarização. “Mas, ainda, há desafios no acesso à educação superior entre jovens rurais. Inclusive, por estas razões, muitos jovens continuam deixando o campo em busca de oportunidades de estudo e trabalho nas cidades, pois não lhes são oferecidos, nas condições de jovem rural”, afirma.

Ele ressalta que os dados revelam que nos últimos 16 anos analisados (2006-2022), continua acelerado o processo de urbanização no país, com mais brasileiros migrando para áreas urbanas em busca de oportunidades, infraestrutura e em especial serviços.

Natalidade

Segundo Zonin, o Censo 2022 mostra que há pequena parcela da população entre 0 e 14 anos, indicando uma acentuada queda na natalidade no meio rural brasileiro. “Diminuiu, também, a faixa de habitantes de 15 a 29 anos (êxodo propriamente dito), e crescimento significativo na faixa de 60 anos ou mais (envelhecimento da população rural). Estes são apenas alguns dados, entre tantos, que são possíveis de serem analisados, reportando as questões como: gênero, divisão social do trabalho e tarefas, acesso à informação, participação social, ocupação rural e as principais tendências”.

Acordo de cooperação

Conforme o professor, a partir do acordo de cooperação entre UFFS e FETAG-RS, “desenha-se uma pesquisa inédita no Estado do RS, que possa desvendar melhor e de que forma, mais profunda, este paradigma do tema da juventude e sucessão na agricultura familiar, em que a universidade cumpra seu papel científico e consiga fornecer elementos necessários às melhorias e às novas políticas públicas voltadas à juventude rural. Estima-se, ao mesmo tempo, um conjunto de ações extensionistas voltadas ao público da agricultura familiar gaúcha, não somente dedicadas aos jovens em si, mas às famílias sucessoras e às questões de gênero e geração no campo”, ressalta Zonin.

 

Por Igor Dalla Rosa Müller
Foto Divulgação

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