Numa conta rápida, são 19,5 milhões de caracteres, 3,9 milhões de palavras e quase 15 mil fotos em mais de 24 anos de circulação em quatro periódicos
Março de 2001. Uma manhã chuvosa na redação do Jornal A Voz da Serra, na Avenida Maurício Cardoso no centro de Erechim. Época em que a internet dava os primeiros passos, não existia smartphones e as máquinas fotográficas eram de filme, começando a surgir as digitais.
Como surgiu o nome
Numa reunião de pauta, estava eu, o jornalista Salus Loch (que fazia Publicidade e Propagada na UPF), Gleison Olivo (que fazia Jornalismo na UPF, e depois migrou para Publicidade e Propaganda) e Janiquele Dalla Vechia (diagramadora). E a pauta era a criação de colunas políticas para acompanhar o dia a dia de Erechim e região.
Naquele dia surgiu duas colunas. A do jornalista Salus Loch, chamada Olhos de Águia, e a coluna Pente Fino, assinada por mim. Mas antes de ter o nome definitivo, de Pente Fino, a ideia inicial era para se chamar Malha Fina. Foi quando Gleison Olivo, já com sua veia publicitária sugeriu o nome Pente Fino. No qual prontamente aceite, pois achava bem melhor que o nome que eu tinha criado.
A primeira coluna e os primeiros destaques
E no dia 20 de março de 2001, foi publicada a primeira coluna Pente Fino, no Jornal A Voz da Serra. Os primeiros destaques foram o ex-secretário de Administração, Douglas Santin, do então prefeito Luiz Schmidt; o presidente do PDT da época, Alencart Loch; o ex-vereador Abrão Martins e o ex-prefeito Eloi Zanella, falando sobre o Proeti.
Mais de 24 anos em quatro jornais diferentes
De lá para cá, em mais de 24 anos, a coluna Pente Fino, foi publicada em quatro jornais: A Voz da Serra, Voz Regional, Jornal Boa Vista e há oitos exatos (1º de julho de 2017), passou a ser diária no Jornal Bom Dia. E nesse período, hoje circula a edição de nº 3.000 da Coluna Pente Fino, de forma ininterrupta (foram 1.168 em outros jornais e 1.832 no Jornal Bom Dia). Numa conta rápida, são 19,5 milhões de caracteres, 3,9 milhões de palavras e quase 15 mil fotos (grande parte autoral).
Quem não conhece a nossa rotina acha que tudo é fácil
Nesse período aprendi a respeitar cada um, pois quem não conhece a nossa rotina acha que tudo é fácil, que tudo vem mastigado. E o dia-dia nos consome mentalmente. Depois de uma jornada de quase 12 horas chego em casa (raramente menos que isso). Esgotado, mais satisfeito. Mais um dia chega ao fim, e com a sensação de dever cumprido.
Ritmo frenético e até desumano às vezes
Sou jornalista por opção, há 28 anos. Passei por praticamente todas as editorias, de fazer a cobertura de um jogo de futsal e sair no intervalo para cobrir um homicídio, e voltar para o segundo tempo. De levantar ano após ano às 5 e meia de manhã. De despertar no domingo gelado de inverno, para registar o gelo em nossos campos. E quem trabalha nessa área, sabe que o nosso ritmo é frenético e até desumano às vezes. Mas não trocaria essa profissão por nada.
O aprendizado
E tudo isso faz parte de um grande aprendizado e nos faz evoluirmos como pessoas. Trabalhamos com a dor, com a alegria, com a desgraça. Somos emissários das notícias, contadores de histórias, não a fabricamos, como muitos querem acreditar.
Sigamos em frente, que amanhã o trabalho continua
Completei 55 anos recentemente, e apesar dos cabelos brancos, o brilho nos olhos é o mesmo, que quando consegui minha primeira entrevista, ou furo jornalístico. Sigamos em frente, que amanhã o trabalho continua. Obrigado a todos que fizeram, fazem e continuarão a fazer parte dessa história.