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Trigo perde 20% de área na região Alto Uruguai

Publicada em: 28/05/2025 09:19 - Agro

Segundo dados da Emater/RS-Ascar, a área estimada de plantio da cultura de inverno será de 51.490 hectares em 2025, redução em relação à safra passada


O setor agrícola do Alto Uruguai depois de enfrentar as perdas pela estiagem nas culturas de verão, da safra 2024/2025, somados aos prejuízos em função da diminuição do preço da saca da soja, agora, se prepara para plantar as culturas de inverno na região, tendo em vista um crédito agrícola caro, com juros elevados e um produtor descapitalizado. Entre 2020 e 2025, o Rio Grande do Sul teve quebra de produtividade em cinco safras, em decorrência de quatro secas e uma enchente.    

Segundo dados da Emater/RS-Ascar de Erechim, a principal cultura de inverno, o trigo, vai ter a área reduzida de plantio na safra de 2025. Conforme o assistente técnico regional em Culturas da Emater/RS-Ascar de Erechim, engenheiro agrônomo, Luiz Ângelo Poletto, o trigo terá uma área estimada de plantio de 51.490 hectares na região Alto Uruguai, nesta safra, o que corresponde a 20% menos do que a safra anterior.  

Entre as outras culturas de inverno, a aveia preta (grãos) ocupa a segunda maior área cultivada na região, com plantio previsto de 16.300 hectares. Seguida da aveia branca (grãos), com área estimada de 11.850 hectares, que terá aumento de 20% em relação à safra de 2024.

A cevada será outra planta de inverno que vai perder área de plantio, na região Alto Uruguai, com área prevista de 7630 hectares e redução de 35% na cultura.

O destaque, na safra 2025, ficará por conta da canola que terá grande aumento de área cultivada, com estimativa de plantio de 672 hectares, o que representa um acréscimo de 51% na cultura se comparada à safra 2024. Deste total da região, Erechim vai plantar 232 hectares de canola, segundo o assistente técnico regional em Culturas da Emater/RS-Ascar.

De acordo com Poletto, o município de Sertão é um dos destaques da região no plantio do trigo, destinando 6500 hectares de área para a cultura de inverno. A cevada vai ter 3000 hectares de área plantada e a aveia branca (grãos) 7500 hectares de lavouras.

“Importante enfatizar que todos estes dados são estimativas de área. O período recomendado para plantar as culturas de inverno inicia, agora, e vai até dia 20 de julho. O plantio varia muito conforme o clima. O trigo tem que cuidar as geadas, no período de floração, que é um dos entraves da cultura. Neste ano, temos previsão de geadas no mês de julho, então, o ideal é plantar em junho, porque o trigo demora em torno de 60 a 70 dias para florescer, assim, escaparia das geadas”, observa Poletto.

Segundo ele, estas são previsões de plantio para o inverno, que devem se manter nestes patamares, elas poderiam aumentar se o crédito agrícola estivesse mais acessível. “Esta redução na área de trigo é ruim para a região, porque é importante fazer a cobertura do solo, no inverno, e com uma cultura que possa ser rentável e dar retorno ao agricultor”, comenta.

“Quem for plantar trigo precisa fazer uma boa adubação, escolher a variedade, fazer os tratamentos fitossanitários de acordo, investir, plantar uma lavoura para colher 70 sacos por hectare. Se o ano correr bem, sem muita chuva, o trigo dá bem, pagando os custos de produção e contribuindo para a cultura da soja, reduzindo as doenças na lavoura de verão”, ressalta Poletto.

Unidades de Referência Técnica

Ele comenta que a Emater tem Unidades de Referência Técnica na região para analisar e buscar as melhores variedades de inverno e plantas com potencial de biocombustíveis. “O experimento em Jacutinga tem 20 variedades de trigo em que é observado a produtividade, desenvolvimento e, também, a incidência de pragas e doenças. Há, também, unidades em parceria com as universidades, URI Erechim, UERGS de Getúlio Vargas e com a Universidade Federal da Fronteira Sul, onde se testam variedades de cevada, triticale, aveias, para pasto e a possibilidade de produção de etanol a partir destas culturas”, explica Poletto.

A Emater também está analisando três variedades de canola e a implantação de uma cultura nova, a carinata, que está iniciando o plantio no Rio Grande do Sul, e é recomendada para produção de biodiesel para avião.


Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Arquivo Emater




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