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Evento da EPAGRI debate avanços do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças na produção de grãos

Publicada em: 03/03/2025 08:46 - Agro

Imagem Ilustrativa Freepik

Simpósio reuniu especialistas e agricultores para discutir novas técnicas e estabilidade produtiva.


Seara sediou na semana passada, um evento voltado para o Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), com ênfase na produção de grãos. A iniciativa teve como objetivo debater e difundir práticas agrícolas que promovam a saúde das plantas, reduzindo a dependência de insumos químicos e garantindo maior estabilidade produtiva ao longo dos anos.

O evento contou com a presença de especialistas renomados, como Jamil Abdallah Fayad, um dos idealizadores do SPDH, e Marcelo Zanella, coordenador de ensino da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI). Na quarta-feira, dia 26, foi realizada uma capacitação para técnicos da EPAGRI e de outras instituições. Já na quinta-feira, dia 27, os debates se voltaram para os agricultores, que puderam conhecer mais sobre o sistema e seus benefícios.

A reportagem da Rádio Rural conversou com Elvio Izaias da Silva, engenheiro agrônomo, extensionista da Epagri em Seara. Na oportunidade, Elvio trouxe mais detalhes sobre o evento e também explicou como funciona o sistema.

“O SPDH foi originalmente desenvolvido para a produção de hortaliças, mas tem sido adaptado para culturas de grãos devido à sua abordagem inovadora. O cerne do sistema é a saúde das plantas, uma vez que plantas mais saudáveis suportam melhor as adversidades climáticas, garantindo maior estabilidade na produção. Nos últimos anos, eventos climáticos extremos impactaram a produtividade agrícola, tornando ainda mais essencial a adoção de técnicas sustentáveis.”, explicou o extensionista.

O sistema propõe a adoção de práticas como a rotação de culturas e o uso de plantas de cobertura para melhorar a biodiversidade do solo. “A ciclagem de nutrientes é outro aspecto-chave: em vez de aplicar fertilizantes diretamente nas culturas comerciais, a estratégia consiste em adubar o sistema como um todo, permitindo que as plantas de cobertura decomponham e liberem os nutrientes de forma gradual.”, elucida Elvio.

“Outro diferencial do SPDH é sua abordagem coletiva e participativa. A implantação é feita por meio de "lavouras de estudo", onde pequenos grupos de agricultores experimentam o sistema antes de adotá-lo em maior escala. O conhecimento é construído de forma colaborativa, combinando a experiência prática dos agricultores com a expertise técnica dos especialistas.”, completa o engenheiro agrônomo.

REDUÇÃO NO USO DE HERBICIDAS

A redução do uso de herbicidas também é um dos objetivos do sistema. Com uma cobertura adequada do solo, a germinação de plantas invasoras é inibida, diminuindo a necessidade de produtos químicos. Além disso, a diversidade de culturas favorece o controle natural de pragas e doenças, reduzindo o uso de inseticidas e fungicidas.

“Apesar das semelhanças com o Sistema de Plantio Direto convencional, o SPDH se diferencia por sua complexidade metodológica e pelo enfoque no fortalecimento das relações entre os agricultores e os técnicos. A abordagem integrada e participativa tem mostrado resultados promissores, indicando que o SPDH pode se tornar uma alternativa viável para ampliar a sustentabilidade da agricultura na região.”, finaliza o profissional da Epagri.

Com o avanço das pesquisas e o interesse crescente dos produtores, a expectativa é que o SPDH continue ganhando espaço e contribuindo para uma agricultura mais equilibrada e resiliente.


Por Rafael Martini / Radio Rural 
03/03/2025 às 05h00 | Atualizada em 03/03/2025 - 05h56










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